UMA HISTÓRIA SUJA II


Com certeza eu havia acordado com a pior ressaca dos últimos anos. A primeira coisa que me veio à cabeça foi se a mulher que me agarrou no banheiro público havia morrido lá.

Tomei um banho e abri uma cerveja. Eu estava com todo o dinheiro da mulher na minha frente,  na mesa da cozinha. Havia realmente muita grana. Se ela não estiver morta, acho que ela até preferiria.

Tocaram a companhia. Quando abri a porta, uma gorda com a roupa suja e cheirando a urina estava diante de mim. Era ela.

- Como tu chegou aqui? – perguntei para minha amante do banheiro.

- Não interessa. Quero minha grana – ela falou enquanto entrava no meu apartamento. Ela deve ter acordado e me seguido na noite anterior.

- Tu me agarrou e disse que me pagaria para ficar contigo – reclamei.

- Disse que EU pagaria, não que tu poderia pegar minha grana enquanto eu estava desmaiada.

Ela começou a recolher o dinheiro da mesa. Eu precisava daquela grana também. Pensei em matar ela, mas desisti e a agarrei beijando seu pescoço azedo.

- Então agora você me paga? – perguntei ao seu ouvido.

Ela virou-se e me beijou. Senti um gosto de vomito, mas já estava me acostumando àquilo. Então fomos para o quarto. Novamente ela terminou desmaiada. Dei uns tapas na sua cara para acordá-la.

- Bem, dessa vez não vou pegar sua grana, mas você me deve.

Ela vestiu sua roupa imunda e me deu a metade do dinheiro e foi embora sem falar nada.
Terminei minha cerveja diante da janela. Fazia um bonito dia de sábado, com sol, céu azul, e as pessoas conversavam com seus vizinhos na calçada enquanto seus cachorros cheiravam o traseiro  um do outro. Voltei para cama.

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