PODERÍAMOS SER COMO BONNIE & CLYDE

Entrei no carro e apareceu essa mulher com uma beleza desconcertante. Puxou a arma e anunciou o assalto. Eu acabara de me apaixonar. Levaria um tiro dela e morreria com seus suculentos lábios de Scarlett Johansson estampados em minha retina.

- Quer uma carona? – perguntei. 

Ela engatilhou. Olhei no fundo daqueles olhos gigantes e decidi que faria o que ela quisesse. Desde que eu fosse levado de refém. Ou poderíamos ser como Bonnie & Clyde.

- Eu te levo. Entra aí.

Ela tentou não demonstrar, mas ficou sem jeito. Era uma novata. Enfim entrou e vi seu vestido subir em câmera lenta ao sentar no banco do carona.

- Dirija até a Constantino Alberto Ribeiro e não me olha?

Eu não era nenhum especialista em foras da lei, mas percebi que ela agia por conta própria. Só não sabia a razão. Talvez quando a gente se casasse ela me contasse. Um dia.
Como assim não olhar, pensei. Eu queria fazer sexo com ela com a arma apontada para minha cabeça se fosse necessário. Precisava revelar meu amor por ela.

- Eu te amo.

Silêncio.

- Dirija isso.

Sim, ela estava ficando balançada. Não entendo os assaltantes, mas entendo as mulheres. E ela não fugiria de mim.

- Tu conhece Bonnie & Clyde?


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