UMA QUESTÃO DE ESCOLHA

Sempre existem duas maneiras de fazer algo. Mas as pessoas, esses seres que se preocupam em sentir medo de suas próprias existências, sempre complicam e escolhem as piores. Eu escolhia as melhores, ou seja, as mais simples. Que não ocupassem tempo, que poupassem discursos ensaiados, que, aos olhos de alguns, pareciam perversas e imorais. A vida ficava mais leve. O espírito mais flexível e estimulado. A bebida mais suave.

Ocorreu-me esse pensamento enquanto terminava meu conhaque. Eu olhava as pessoas se chocando pela calçada; franzindo as testas para os celulares; disputando uma corrida sem fim. Então liguei para Sofia. Em meia hora estávamos em minha casa com uma bela garrafa de vinho, ouvindo uma bela música, com suas belas pernas, discutindo sobre as belas escolhas que as pessoas deixavam de fazer.


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